"None but ourselves can free our minds." (Bob Marley)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Quarto Projecto

A quarta e última proposta de trabalho que nos foi sugerida tinha como tema a infografia. Basicamente tínhamos toda a liberdade na escolha do tema que serviria de base à construção da nossa própria infografia.

Se normalmente é positivo termos “carta branca” relativamente à actividade sugerida, a verdade é que também torna essa tarefa mais complicada a nível de escolha temática. Após uma pesquisa extensiva de exemplos e de possíveis temas a considerar, acabei por decidir optar por um filme de animação que me lembro de ver várias vezes enquanto criança: O Feiticeiro de Oz.

Considerei que esta poderia ser uma boa opção porque poderia transmitir o percurso e a aventura vivida por Dorothy, bem como caracterizar as próprias personagens que ela foi conhecendo ao longo da sua aventura por Oz.

Ao realizar a pesquisa apercebi-me da necessidade de montagem de várias imagens para conseguir criar o cenário que inicialmente tinha delineado. Assim, após ter as imagens necessárias comecei o trabalho no Photoshop e Freehand, que foi obviamente a tarefa mais demorosa e que exigiu maior dedicação.

A nível de cor decidi colocar o fundo com tons neutros e alguma transparência de forma a que os elementos pretendidos se destacassem com maior facilidade. Assim deixei a cor o titulo, Oz, a estrada de tijolos amarelos e as personagens.

No lado direito resolvi adicionar um outro elemento da história, o furacão que levou Dorothy e a sua casa até à cidade de Oz. Pareceu-me que este era um importante episódio da história e que o próprio elemento, após algum trabalho, se inseriu bem no contexto da imagem.

Sendo uma infografia e estando esta a representar uma história foi necessário explicar o seu conteúdo, apesar de este ser evidente a qualquer pessoa que conheça o conto infantil. Acrescentei assim uma caixa de texto com um breve resumo da obra, e uma simples imagem que representa os famosos sapatinhos vermelhos de Dorothy. Foi ainda necessário colocar algumas caixas de texto explicativas na imagem, para que esta transmitisse mais facilmente a ideia de infografia e se tornasse mais fácil de “ler”.

Após ter o trabalho terminado decidi fazer uma outra versão da infografia, desta vez com um design um pouco mais moderno e simplista. O tema principal foi o mesmo, mas acabei por recorrer a mais informação e a conjugar as ideias de uma outra forma.

Foi, mais uma vez, um projecto bastante desafiante e que me permitiu desenvolver algumas capacidades criativas, bem como me fez perceber que um mesmo tema pode, de facto, ser interpretado a nível de design de forma completamente diferente.  
Imagem inicial

Primeira Infografia

Segunda Infografia

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Infografia

As infografias são representações gráficas de informação. Esses gráficos são utilizados quando a informação precisa de ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, no meio jornalístico, manuais, entre muitos outros exemplos. É um recurso muitas vezes complexo, podendo-se utilizar graças à combinação da fotografia, desenho e texto. O principal objectivo é enriquecer determinada informação, determinado assunto com imagens.

No design de jornais, por exemplo, a infografia costuma ser utilizada para descrever como aconteceu determinado facto, que o texto ou a foto não consegue explicar com a mesma eficiência.

A infografia tem as suas raízes na pré-história considerando os primeiros mapas que surgiram muito antes da escrita. Os estudos de Leonardo Da Vinci sobre os embriões e de Charles Minard sobre a Marcha de Napoleão sobre Moscovo são consideradas grandes obras já infograficamente falando, pela utilização de mapas e desenhos ilustrativos com que a informação é transmitida.

Uma das infografias mais conhecidas de sempre é o mapa do metro de Londres de Harry Beck em 1933. A infografia conheceu uma grande evolução durante a Primeira Guerra do Golfo, devido à escassez de imagens. Hoje em dia é parte integrante do jornalismo, online e impresso.











segunda-feira, 18 de abril de 2011

Terceiro Projecto

A terceira proposta de trabalho que nos foi sugerida tinha como tema, a cor. O objectivo era seleccionar três imagens e com o auxilio do photoshop mudar a cor dessas, no fundo, mudar a sua essência. Assim que me deparei com esta tarefa lembrei-me de imediato de um dos meus filmes preferidos de animação: “Alice in Wonderland”, mais precisamente a recente adaptação de Tim Burton. Para mim este filme vive exactamente da cor, é como se cada personagem fosse definida pela cor predominante que usa, bem como os cenários que primam pela brincadeira de tonalidades, texturas e luz. Por isso mesmo decidi usar imagens deste filme.

Após alguma pesquisa, restringi as imagens a apenas três, e estas representavam, na minha opinião, três das personagens mais marcantes do filme: Mad Hatter (Chapeleiro Louco), White Queen (Rainha Branca) e Red Queen (Rainha Vermelha). A dificuldade esteve na tarefa seguinte, uma vez que o alterar das cores teria de ter algum sentido, optei então por tentar trocar as cores entre as imagens, isto é cada uma destas iria assumir as cores de uma das outras imagens.

Assim, o Mad Hatter, marcado pelo tom verde e o alaranjado, que lhe dão o ar da loucura pela ousadia da cor, passou a tons mais sóbrios, um vermelho e um azul escuro, bem como alguns toques de dourado, inspirado na Red Queen. Esta, por sua vez, marcado por estas cores mais carregadas e um vermelho acentuado que sugere alguma malvadez, mas que em contraste com o dourado nos remete também para uma ideia de realeza, acabou por assumir uma tonalidade mais neutra, inspirada na White Queen. Por ultimo, a White Queen, marcada pelos tons totalmente neutros e simples, que sugerem serenidade e pureza, transformaram-se em cores mais garridas, inspiradas no Mad Hatter.

Ao observarmos o resultado final são perceptíveis diferenças entre os tons e as imagens que as inspiraram, mas a verdade é que é bastante difícil ser totalmente fiel. Considero que o Mad Hatter é provavelmente a personagem melhor conseguida em termos de cor, isto porque os tons não eram tão diferentes comparativamente ao trabalho necessário nos outros dois casos. A Red Queen, devido aos tons fortes e mais escuros da imagem original, tornou impossível a transformação total dessas cores em tons neutros, e o resultado acabou por ser um pouco diferente, mas mesmo assim considero que foi bem conseguido. A White Queen em termos de cor deveria ser a mais fácil de alterar, mas o seu cabelo tornou-se um verdadeiro desafio que continuo com algumas duvidas que tenha sido totalmente superado, por isso mesmo e apesar de gostar do resultado, esta é a imagem que para mim está um pouco menos minuciosa.

Foi, mais uma vez, um desafio bastante interessante porque me permitiu ter uma diferente visão sobre a cor, bem como me permitiu ganhar um pouco mais á vontade com o próprio photoshop. Não digo que tenha sido um trabalho difícil ou de grande complexidade, acima de tudo foi preciso tempo, muita minúcia e uma boa dose de paciência para que tudo ficasse o mais real possível.  


Mad Hatter

Red Queen

White Queen

A cor

A definição de cor é simples e conhecida por muitos: cor é luz. São comprimentos de onda que o olho humano assimila e o cérebro converte em mensagem. Os objectos possuem pigmentos capazes de absorver algumas cores e reflectir outras, e é exactamente a cor reflectida de volta ao olho que o cérebro interpreta e transforma em cor. Um vaso azul, por exemplo, contém pigmentos que retêm todas as cores, excepto o azul que é reflectido e enviado ao olho. Em termos científicos, a explicação resume-se a isso.

Mas cor é muito mais que apenas luz. Cor é informação. Estudando as cores é possível compreender um pouco mais sobre as nossas atitudes, fraquezas, medos, desejos etc. É valido ressaltar que a cor não é um fenómeno físico e sim um fenómeno subjectivo e individual, tendo em vista que um mesmo comprimento de onda pode ser percebido de forma diferente por diferentes pessoas.

Há três cores primárias: o azul ciano, o magenta e o amarelo primário. Chamam-se cores primárias porque são cores puras, ou seja, cores que não se conseguem com a mistura de outras cores.

Também há três cores secundárias: o vermelho-alaranjado, o verde e o violeta. Chamam-se cores secundárias porque se conseguem obter a partir da mistura de duas cores primárias.

As cores quentes, são associadas ao sol e ao fogo: amarelo, laranja e vermelho. As cores frias, são associadas à água, ao gelo, ao céu, e às árvores: violeta, azul e verde. As cores quentes são consideradas excitantes e as cores frias calmantes. O branco é luz e a soma de todas as cores. Preto é ausência de luz e aparentemente não é feita de nenhuma cor.

A cor é um dos elementos mais importantes de qualquer imagem, seja esta fotografada ou desenhada. Com diferentes cores podemos mudar completamente o sentido e o significado de uma imagem, podemos pô-la mais alegre ou mais triste, mais infantil ou mais séria dependendo de qual for a nossa intenção. 













segunda-feira, 4 de abril de 2011

Segundo Projecto

Neste segundo projecto foi-nos proposto representar através de letras, ou seja recorrendo à tipografia, versos de Fernando Pessoa. A ideia era que cada um de nós fizesse a sua interpretação tipográfica das palavras e da própria essência que o autor transmite nas linhas que nos foram indicadas (três estrofes, uma de cada heterónimo).

É verdade que mais uma vez este desafio não foi fácil, no entanto deixou-me bastante entusiasmada. Comecei por delinear algumas ideias, e após decidir o rumo a tomar relativamente a cada uma das estrofes resolvi fazer alguns estudos, manualmente, daquilo que pretendia transmitir. Só depois de realizar algumas tentativas é que resolvi começar a utilizar o freehand. Tive algumas dificuldades inicialmente em trabalhar com o programa, mas após alguma prática e experimentação, a tarefa tornou-se bastante mais fácil.

Comecei por Álvaro de Campos, o mais moderno e vanguardista dos heterónimos, pareceu-me evidente utilizar como inspiração mecanismos, rodas e engrenagens, dado que é exactamente essa a imagem que nos é transmitida pelos versos. Aliada a essa imagem, tentei utilizar fontes mais modernas e com movimento como Bauhaus 93, mas também uma letra com um pouco mais de força como Arial Black. Considero que o resultado final traduz perfeitamente aquilo que leio nas linhas de Campos. A nível de cores utilizei apenas uma variação de preto e cinzas.

Ricardo Reis foi o heterónimo que se seguiu, este com uma base bastante mais clássica e bastante simplista. Neste caso optei por delinear um rosto de uma mulher que com tristeza e saudade recorda a vida com o seu companheiro. Relativamente às fontes, utilizei um tipo de letra um pouco mais clássico e sóbrio, Copperplate Gothic Light e Bernard MT Condensed, de acordo com as características do seu autor. A cor, neste pequeno projecto, é utilizada na nuvem que representa a memória (apenas um azul suave que pretende realçar o rio); e no resto da composição utilizei, mais uma vez, uma variação entre o preto e os cinzas.

Por ultimo Alberto Caeiro, o mais ligado à natureza e sensações. Optei por tentar transmitir a ideia de que a natureza, representada pela árvore, se sobrepõem às vontades e regras humanas, neste caso representado pela terra e seus hemisférios. Esta foi provavelmente a composição que mais trabalho me deu, por ter uma mensagem um pouco mais subjectiva, mas mais uma vez considero que consegui transmitir a mensagem pretendida. A fonte utilizada foi variada, mas a base foi Berlin Sans FB e Arial Black. A nível de cores a utilização foi bastante mais intensa uma vez que foi a forma que encontrei de melhor distinguir os elementos da imagem: o planeta e seus hemisférios em tons cinza, de forma a que o lado da natureza em tons de verde e castanho,  se destaque.

Foi sem duvida um projecto bastante desafiante e que me permitiu ter uma diferente visão sobre as palavras e o seu sentido. Considero que é ainda uma forma bastante peculiar de interpretar e representar o mestre Pessoa.



Álvaro de Campos

Ricardo Reis
Alberto Caeiro







Tipografia

Tipografia é a arte que compreende as várias operações conducentes à impressão dos textos, desde a criação dos caracteres à sua composição e impressão, de modo que resulte num produto gráfico ao mesmo tempo adequado, legível e agradável. O objectivo principal é dar ordem estrutural e é importante porque dá forma à escrita.

No uso da tipografia o interesse visual é realizado através da escolha adequada de fontes tipográficas, composição (ou layout) de texto, a sensibilidade para o tom do texto e a relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos esses factores são combinados para que o layout final tenha uma “atmosfera” ou “ressonância” apropriada ao conteúdo abordado.

A verdade é que as letras não são meramente aquilo que é possível observar. É preciso vê-las e interpretá-las, só assim conseguimos perceber o que a tipografia realmente transmite. O tipo de letra utilizado pode-nos transmitir muito mais que a identificação da letra., pode-nos indicar a própria personalidade desta e, consequentemente, a personalidade de quem a escreve e/ou publica.

Abaixo apresento alguns exemplos de tipografia que fui encontrando ao longo da pesquisa e que acabaram por me inspirar na realização do segundo projecto.









segunda-feira, 21 de março de 2011

Primeiro Projecto - Resultado Final

Na primeira proposta da disciplina de Design de Comunicação Visual foi-nos sugerido seleccionar uma música e, posteriormente, interpreta-la e representa-la visualmente, recorrendo aos elementos básicos e às técnicas de comunicação visual. Simplificando, o objectivo era criar a capa e o próprio desenho do CD. Tal como já havíamos referido em mensagens anteriores, a musica pela qual optamos foi “No woman no cry” de Bob Marley porque consideramos que seria um bom desafio e também porque ambas gostamos imenso desta música.

A verdade é que tivemos alguma dificuldade em traduzir aquilo que gostaríamos e aquilo que a musica representava para nós numa composição visual, mas após algumas tentativas chegamos a um resultado que apesar de não considerarmos perfeito, traduz o essencial.

Em relação à imagem, o fundo preto desta imagem, pretende remeter automaticamente para a escuridão da noite, os pontos luminosos no cimo da imagem, representam estrelas, tendo portanto o mesmo objectivo do elemento anterior (dar a ideia de um céu nocturno).

Como elemento fulcral desta composição, se bem que não colocado no centro da imagem, temos dois olhos de uma mulher que chora. Este olhar, vago e triste, vertendo uma lágrima, pretende ilustrar essencialmente o titulo, que é a tese da canção.

Por sua vez, é a imagem abaixo que recebe a atenção do observador primeiramente, devido à sua cor que também contrasta com a imagem acima. Tal facto, previamente pensado por ambas. Isto porque, segundo a nossa interpretação da letra escolhida, esta pretende transmitir uma mensagem que passa pelo fim da tristeza sentida, através da recordação de um passado feliz. O facto deste momento se encontrar em destaque, justifica-se pelo nosso entendimento da mensagem. Isto é, para nós, é importante que os momentos felizes vividos no passado, sejam relevantes ao ponto de serem realçados perante um momento de tristeza (como o vivido pela mulher que chora - representado na imagem a cima). Tal como refere o titulo “No woman no cry”.

Relativamente aos elementos e técnicas da comunicação visual, também se torna fácil identifica-los. Começamos logo pela unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima” (DONDIS,1991), o ponto, representado pelas pequenas estrelas no céu. Podemos também falar no elemento cor, que apesar de ser bastante neutra acaba por permitir realçar a fogueira e a lagrima de uma forma mais subtil. No caso da dimensão da lágrima e dos olhos relativamente ao resto da imagem, também se deve referir o elemento escala.

As técnicas presentes na imagem são também variadas, podemos falar em equilíbrio e planura e em simultâneo em espontaneidade, porque consideramos que os elementos incluídos na imagem podem não ter uma relação obvia e esperada. A imagem tem um misto de duas técnicas que normalmente se opõem: a opacidade e a transparência, a opacidade presente na área da fogueiras e das silhuetas, e a transparência através do olhar e da lagrima. Podemos também falar de distorção, isto porque aplicamos alguma manipulação da realidade; bem como de difusão, isto porque a imagem não é clara, ou seja a sua interpretação não é facilitada porque prima pelo sentimento e pela imaginação. Consideramos que poderá ser ainda possível falar em episodicidade, isto porque é poissivel falar em elementos distintos dentro da propria imagem e que à primeira vista podem sugerir alguma desconexão ou conexões muito frágeis, “é uma técnica que reforça a qualidade individual das partes do todo, sem abandonar por completo o significado maior.” (DONDIS, 1991).

Foi um projecto que nos deu bastante prazer realizar porque nos permitiu ter toda a liberdade e usar a imaginação e criatividade. Admitimos que a nível técnico possam existir algumas falhas, mas a verdade é que não estamos habituadas a trabalhar com o photoshop. Apesar dos desafios e de algumas dificuldades, consideramos o resultado final bastante satisfatório. O nosso objectivo era fazer transparecer a ideia chave da musica, bem como as palavras seleccionadas e na nossa opinião isso foi conseguido.

Ana Pedro Arriscado
Teresa Teixeira


Imagem final