"None but ourselves can free our minds." (Bob Marley)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Segundo Projecto

Neste segundo projecto foi-nos proposto representar através de letras, ou seja recorrendo à tipografia, versos de Fernando Pessoa. A ideia era que cada um de nós fizesse a sua interpretação tipográfica das palavras e da própria essência que o autor transmite nas linhas que nos foram indicadas (três estrofes, uma de cada heterónimo).

É verdade que mais uma vez este desafio não foi fácil, no entanto deixou-me bastante entusiasmada. Comecei por delinear algumas ideias, e após decidir o rumo a tomar relativamente a cada uma das estrofes resolvi fazer alguns estudos, manualmente, daquilo que pretendia transmitir. Só depois de realizar algumas tentativas é que resolvi começar a utilizar o freehand. Tive algumas dificuldades inicialmente em trabalhar com o programa, mas após alguma prática e experimentação, a tarefa tornou-se bastante mais fácil.

Comecei por Álvaro de Campos, o mais moderno e vanguardista dos heterónimos, pareceu-me evidente utilizar como inspiração mecanismos, rodas e engrenagens, dado que é exactamente essa a imagem que nos é transmitida pelos versos. Aliada a essa imagem, tentei utilizar fontes mais modernas e com movimento como Bauhaus 93, mas também uma letra com um pouco mais de força como Arial Black. Considero que o resultado final traduz perfeitamente aquilo que leio nas linhas de Campos. A nível de cores utilizei apenas uma variação de preto e cinzas.

Ricardo Reis foi o heterónimo que se seguiu, este com uma base bastante mais clássica e bastante simplista. Neste caso optei por delinear um rosto de uma mulher que com tristeza e saudade recorda a vida com o seu companheiro. Relativamente às fontes, utilizei um tipo de letra um pouco mais clássico e sóbrio, Copperplate Gothic Light e Bernard MT Condensed, de acordo com as características do seu autor. A cor, neste pequeno projecto, é utilizada na nuvem que representa a memória (apenas um azul suave que pretende realçar o rio); e no resto da composição utilizei, mais uma vez, uma variação entre o preto e os cinzas.

Por ultimo Alberto Caeiro, o mais ligado à natureza e sensações. Optei por tentar transmitir a ideia de que a natureza, representada pela árvore, se sobrepõem às vontades e regras humanas, neste caso representado pela terra e seus hemisférios. Esta foi provavelmente a composição que mais trabalho me deu, por ter uma mensagem um pouco mais subjectiva, mas mais uma vez considero que consegui transmitir a mensagem pretendida. A fonte utilizada foi variada, mas a base foi Berlin Sans FB e Arial Black. A nível de cores a utilização foi bastante mais intensa uma vez que foi a forma que encontrei de melhor distinguir os elementos da imagem: o planeta e seus hemisférios em tons cinza, de forma a que o lado da natureza em tons de verde e castanho,  se destaque.

Foi sem duvida um projecto bastante desafiante e que me permitiu ter uma diferente visão sobre as palavras e o seu sentido. Considero que é ainda uma forma bastante peculiar de interpretar e representar o mestre Pessoa.



Álvaro de Campos

Ricardo Reis
Alberto Caeiro







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