"None but ourselves can free our minds." (Bob Marley)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Terceiro Projecto

A terceira proposta de trabalho que nos foi sugerida tinha como tema, a cor. O objectivo era seleccionar três imagens e com o auxilio do photoshop mudar a cor dessas, no fundo, mudar a sua essência. Assim que me deparei com esta tarefa lembrei-me de imediato de um dos meus filmes preferidos de animação: “Alice in Wonderland”, mais precisamente a recente adaptação de Tim Burton. Para mim este filme vive exactamente da cor, é como se cada personagem fosse definida pela cor predominante que usa, bem como os cenários que primam pela brincadeira de tonalidades, texturas e luz. Por isso mesmo decidi usar imagens deste filme.

Após alguma pesquisa, restringi as imagens a apenas três, e estas representavam, na minha opinião, três das personagens mais marcantes do filme: Mad Hatter (Chapeleiro Louco), White Queen (Rainha Branca) e Red Queen (Rainha Vermelha). A dificuldade esteve na tarefa seguinte, uma vez que o alterar das cores teria de ter algum sentido, optei então por tentar trocar as cores entre as imagens, isto é cada uma destas iria assumir as cores de uma das outras imagens.

Assim, o Mad Hatter, marcado pelo tom verde e o alaranjado, que lhe dão o ar da loucura pela ousadia da cor, passou a tons mais sóbrios, um vermelho e um azul escuro, bem como alguns toques de dourado, inspirado na Red Queen. Esta, por sua vez, marcado por estas cores mais carregadas e um vermelho acentuado que sugere alguma malvadez, mas que em contraste com o dourado nos remete também para uma ideia de realeza, acabou por assumir uma tonalidade mais neutra, inspirada na White Queen. Por ultimo, a White Queen, marcada pelos tons totalmente neutros e simples, que sugerem serenidade e pureza, transformaram-se em cores mais garridas, inspiradas no Mad Hatter.

Ao observarmos o resultado final são perceptíveis diferenças entre os tons e as imagens que as inspiraram, mas a verdade é que é bastante difícil ser totalmente fiel. Considero que o Mad Hatter é provavelmente a personagem melhor conseguida em termos de cor, isto porque os tons não eram tão diferentes comparativamente ao trabalho necessário nos outros dois casos. A Red Queen, devido aos tons fortes e mais escuros da imagem original, tornou impossível a transformação total dessas cores em tons neutros, e o resultado acabou por ser um pouco diferente, mas mesmo assim considero que foi bem conseguido. A White Queen em termos de cor deveria ser a mais fácil de alterar, mas o seu cabelo tornou-se um verdadeiro desafio que continuo com algumas duvidas que tenha sido totalmente superado, por isso mesmo e apesar de gostar do resultado, esta é a imagem que para mim está um pouco menos minuciosa.

Foi, mais uma vez, um desafio bastante interessante porque me permitiu ter uma diferente visão sobre a cor, bem como me permitiu ganhar um pouco mais á vontade com o próprio photoshop. Não digo que tenha sido um trabalho difícil ou de grande complexidade, acima de tudo foi preciso tempo, muita minúcia e uma boa dose de paciência para que tudo ficasse o mais real possível.  


Mad Hatter

Red Queen

White Queen

A cor

A definição de cor é simples e conhecida por muitos: cor é luz. São comprimentos de onda que o olho humano assimila e o cérebro converte em mensagem. Os objectos possuem pigmentos capazes de absorver algumas cores e reflectir outras, e é exactamente a cor reflectida de volta ao olho que o cérebro interpreta e transforma em cor. Um vaso azul, por exemplo, contém pigmentos que retêm todas as cores, excepto o azul que é reflectido e enviado ao olho. Em termos científicos, a explicação resume-se a isso.

Mas cor é muito mais que apenas luz. Cor é informação. Estudando as cores é possível compreender um pouco mais sobre as nossas atitudes, fraquezas, medos, desejos etc. É valido ressaltar que a cor não é um fenómeno físico e sim um fenómeno subjectivo e individual, tendo em vista que um mesmo comprimento de onda pode ser percebido de forma diferente por diferentes pessoas.

Há três cores primárias: o azul ciano, o magenta e o amarelo primário. Chamam-se cores primárias porque são cores puras, ou seja, cores que não se conseguem com a mistura de outras cores.

Também há três cores secundárias: o vermelho-alaranjado, o verde e o violeta. Chamam-se cores secundárias porque se conseguem obter a partir da mistura de duas cores primárias.

As cores quentes, são associadas ao sol e ao fogo: amarelo, laranja e vermelho. As cores frias, são associadas à água, ao gelo, ao céu, e às árvores: violeta, azul e verde. As cores quentes são consideradas excitantes e as cores frias calmantes. O branco é luz e a soma de todas as cores. Preto é ausência de luz e aparentemente não é feita de nenhuma cor.

A cor é um dos elementos mais importantes de qualquer imagem, seja esta fotografada ou desenhada. Com diferentes cores podemos mudar completamente o sentido e o significado de uma imagem, podemos pô-la mais alegre ou mais triste, mais infantil ou mais séria dependendo de qual for a nossa intenção. 













segunda-feira, 4 de abril de 2011

Segundo Projecto

Neste segundo projecto foi-nos proposto representar através de letras, ou seja recorrendo à tipografia, versos de Fernando Pessoa. A ideia era que cada um de nós fizesse a sua interpretação tipográfica das palavras e da própria essência que o autor transmite nas linhas que nos foram indicadas (três estrofes, uma de cada heterónimo).

É verdade que mais uma vez este desafio não foi fácil, no entanto deixou-me bastante entusiasmada. Comecei por delinear algumas ideias, e após decidir o rumo a tomar relativamente a cada uma das estrofes resolvi fazer alguns estudos, manualmente, daquilo que pretendia transmitir. Só depois de realizar algumas tentativas é que resolvi começar a utilizar o freehand. Tive algumas dificuldades inicialmente em trabalhar com o programa, mas após alguma prática e experimentação, a tarefa tornou-se bastante mais fácil.

Comecei por Álvaro de Campos, o mais moderno e vanguardista dos heterónimos, pareceu-me evidente utilizar como inspiração mecanismos, rodas e engrenagens, dado que é exactamente essa a imagem que nos é transmitida pelos versos. Aliada a essa imagem, tentei utilizar fontes mais modernas e com movimento como Bauhaus 93, mas também uma letra com um pouco mais de força como Arial Black. Considero que o resultado final traduz perfeitamente aquilo que leio nas linhas de Campos. A nível de cores utilizei apenas uma variação de preto e cinzas.

Ricardo Reis foi o heterónimo que se seguiu, este com uma base bastante mais clássica e bastante simplista. Neste caso optei por delinear um rosto de uma mulher que com tristeza e saudade recorda a vida com o seu companheiro. Relativamente às fontes, utilizei um tipo de letra um pouco mais clássico e sóbrio, Copperplate Gothic Light e Bernard MT Condensed, de acordo com as características do seu autor. A cor, neste pequeno projecto, é utilizada na nuvem que representa a memória (apenas um azul suave que pretende realçar o rio); e no resto da composição utilizei, mais uma vez, uma variação entre o preto e os cinzas.

Por ultimo Alberto Caeiro, o mais ligado à natureza e sensações. Optei por tentar transmitir a ideia de que a natureza, representada pela árvore, se sobrepõem às vontades e regras humanas, neste caso representado pela terra e seus hemisférios. Esta foi provavelmente a composição que mais trabalho me deu, por ter uma mensagem um pouco mais subjectiva, mas mais uma vez considero que consegui transmitir a mensagem pretendida. A fonte utilizada foi variada, mas a base foi Berlin Sans FB e Arial Black. A nível de cores a utilização foi bastante mais intensa uma vez que foi a forma que encontrei de melhor distinguir os elementos da imagem: o planeta e seus hemisférios em tons cinza, de forma a que o lado da natureza em tons de verde e castanho,  se destaque.

Foi sem duvida um projecto bastante desafiante e que me permitiu ter uma diferente visão sobre as palavras e o seu sentido. Considero que é ainda uma forma bastante peculiar de interpretar e representar o mestre Pessoa.



Álvaro de Campos

Ricardo Reis
Alberto Caeiro







Tipografia

Tipografia é a arte que compreende as várias operações conducentes à impressão dos textos, desde a criação dos caracteres à sua composição e impressão, de modo que resulte num produto gráfico ao mesmo tempo adequado, legível e agradável. O objectivo principal é dar ordem estrutural e é importante porque dá forma à escrita.

No uso da tipografia o interesse visual é realizado através da escolha adequada de fontes tipográficas, composição (ou layout) de texto, a sensibilidade para o tom do texto e a relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos esses factores são combinados para que o layout final tenha uma “atmosfera” ou “ressonância” apropriada ao conteúdo abordado.

A verdade é que as letras não são meramente aquilo que é possível observar. É preciso vê-las e interpretá-las, só assim conseguimos perceber o que a tipografia realmente transmite. O tipo de letra utilizado pode-nos transmitir muito mais que a identificação da letra., pode-nos indicar a própria personalidade desta e, consequentemente, a personalidade de quem a escreve e/ou publica.

Abaixo apresento alguns exemplos de tipografia que fui encontrando ao longo da pesquisa e que acabaram por me inspirar na realização do segundo projecto.